O Papel e sua história
- Isabella Almeida
- 11 de out. de 2016
- 2 min de leitura

A palavra papel vem do latim papyrus e faz referência ao papiro , um tipo de planta que cresce nas margens do rio Nilo no Egito, da qual se extrai fibras para fabricação de cordas , barcos e as folhas para a escrita.
Quando a escrita surgiu, há 6 mil anos atrás, as palavras eram inscritas em tabuletas de pedras ou argila. Onde por volta de 3000 a.C os egípcios inventaram o papiro depois os pergaminhos feitos de couro e finalmente em 105 a.C é inventado o papel com fibras vegetais pelo chinês Cao Lun, um oficial do exército. A primeira fábrica de papel foi instituída em Tsai Lun na China, no mesmo ano em que foi inventado o papel. A técnica de produção foi mantida em segredo durante 500 anos e após esse tempo finalmente os japoneses conheceram o papel graças aos monges budistas coreanos que lá estiveram. Em 751 d.C, os chineses tentaram conquistar uma cidade sob o domínio árabe e foram derrotados. Nessa ocasião, alguns artesãos foram capturados e a tecnologia da fabricação de papel deixou de ser um monopólio chinês. Mais tarde, os mouros invadiram a Europa, mais precisamente a Espanha e lá deixaram uma forte influência cultural e tecnológica. Foi assim, que os espanhóis conheceram também a técnica de dobrar papeis que ficou conhecida como papiroflexia.
O processo básico de fabricação de papel criado por Cao Lun foi sendo sofisticado e possibilitou uma imensa diversidade de papeis quanto à texturas, cores, maleabilidade e resistência. O processo continuou artesanal até que em dezembro de 1798 francês Louis-Nicolas Robert, patenteou uma máquina para fazer "papel de grande comprimento" ou "fitas de papel". Robert, ao inventar a máquina capaz de produzir um papel com 12 a 15 metros de comprimento por cerca de 40 cm de largura, era empregado de um impressor famoso: Didot; Este comprou-lhe a patente, mas não conseguiu viabilizar inteiramente o invento. O cunhado de Didot, um inglês, roubou-lhe o desenho da máquina e, de regresso à Inglaterra, comercializou o invento. Dois industriais ingleses, Henry de Fourdriner e seu irmão, aperfeiçoaram o invento transformando-o numa máquina de confecção cilíndrico. O processo de fabricação foi sendo constantemente aperfeiçoado, sendo que, atualmente, máquinas de papel podem facilmente produzir mais de 1000 metros de papel por minuto e por processos completamente diferentes daqueles.
A fabricação do papel em rolos contínuos, já numa escala industrial, iniciou a revolução cultural do Ocidente que revolucionou o mundo e ainda o estamos vivenciando. A invenção dos tablóides na Inglaterra e nos Estados Unidos se deveu à maior facilidade de produzir papel por volta de 1860, não mais em folhas, mas em rolos enormes. Só a partir da industrialização do processo de fabricação de papel é que surgiram livros, jornais e revistas, num processo cada vez mais democratizado em que se difundiu desde então, a cultura generalizada, a ciência, a fé, o terror e a publicidade impressa.
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